Banda de Música de Sabrosa - Banda Filarmónica
De 1861 à atualidade

A Banda de Música de Sabrosa foi fundada em 1861. Nesse período terá existido também uma tuna, dirigida por Alfredo de Oliveira, que se tornou célebre em todo o concelho e chegou mesmo a atuar em Vila Real.
Testemunhos indicam o ano de 1905 como data da primeira reorganização da Banda de Música, protagonizada por Luís Cabral, Luís Teixeira Gomes e Sebastião Carvalho, que viera de Lisboa onde tocara numa fanfarra militar. A Banda de Música contava então com vinte e cinco músicos que faziam várias festas na região, percorrendo a pé várias dezenas de quilómetros para realizar as atuações.
Na década de 20 do século passado a banda começou a ser solicitada para cada vez mais atuações e começou a brilhar, tocando nas novenas e nas representações teatrais.
Nos anos 30, dirigida pelo Maestro Pontes, reformado do exército, e tendo como diretor Rodrigo Marques, destaca-se com atuações nas festas de Macedo de Cavaleiros, de Vilarinho de Azenhas, nos célebres Carnavais de Mirandela e ainda as festas de Nossa Senhora do Amparo, todas abrilhantadas pelas exibições da Banda de Música de Sabrosa.
A partir de 1955, a Banda de Música começou a ser dirigida pelo maestro Esteves, mas a sua morte, em 1960, deixou de novo a Banda de Música numa situação de menor destaque. Alfredo Vasconcelos e Silvério Azevedo (Pai), faziam parte da direção durante o referido período, destacando-se dela Florindo Augusto Calhelha, cujos talentos de ator foram apreciados durante mais de meio século pelos sabrosenses.
Em outubro de 1962, tomou posse uma nova direção, constituída pelo Padre José Gil, António Rodrigues e Guilherme Marques Soares. Durante este período adquiriu-se um fardamento e instrumentos novos, e outros foram enviados para reparação. É, então, contratado o maestro Laurentino Macedo, que viria a reger a Banda de Música até 1968.
Em 1964, a Banda de Música distingue-se nas Festas de Sanfins do Douro e nos dois anos seguintes em Macedo de Cavaleiros, Jevelim, Olmos, Santo Ambrósio, Murça, etc.
Em 1965, a Banda de Música foi distinguida nas festas de Vila Real pela qualidade da execução musical face a outras Bandas de Música.
Em janeiro de 1968 toma posse uma nova Direção, constituída por António Gomes Alves, José Emílio Varela e António Bernardo Cruz. Esta, embora tivesse conseguido alguns contratos, não impediu a desorganização da Banda em setembro desse mesmo ano. A Guerra Colonial e a emigração causaram grandes danos à Banda de Música de Sabrosa, obrigando muitos dos seus elementos a partir.
Neste período, alguns músicos, honra lhes seja feita, conservaram carinhosamente os instrumentos, que, alguns, ainda hoje existem, no entanto, a maior parte do repertório e alguns instrumentos viriam a deteriorar-se ou desaparecer.
Em 1973 gorou-se uma tentativa de reorganização, iniciada em 1972 com a formação de uma escola de música dirigida por Germano Calhelha. Gradualmente a atividade do grupo desapareceu, valendo de pouco o esforço realizado por alguns músicos para evitar o contrário.
Em 1979, um grupo de jovens Sabrosenses, constituído por António Manuel da Rocha Soares, Fernando da Cruz Lapa, José Francisco Marques Cuevas, José Francisco Soares e José Augusto Alves Narciso, conscientes de que era urgente recuperar a Banda de Música, cria, a 8 de Outubro de 1979, através de escritura no cartório notarial de Sabrosa, a Associação Recreativa Cultural e Musical do Concelho de Sabrosa, englobando a Banda de Música na sua atividade. A partir desta data e até à atualidade, a Banda de Música de Sabrosa mantém uma atividade interrupta. De direção em direção, de maestro em maestro, de músico em músico, a Banda ganhou forma e recuperou o prestígio de outrora.
Depois desta reorganização, a Banda teve como Presidente David Gomes Esteves, acompanhado por João Moreira Marques Vilela. Desta direção fazia parte também João Baptista Vaz Araújo, que se viria a destacar no trabalho feito pela associação e pela longevidade na mesma, uma vez que se manteve na direção, ocupando sempre o cargo de Tesoureiro, até à data do seu falecimento. Neste período, a Banda de Música foi dirigida pelos maestros Adão, e, posteriormente, Laurentino Macedo.
A seguinte direção foi liderada por António Lapa, José Luís da Rocha Soares e João Baptista Vaz de Araújo. Com o grupo a crescer e a consolidar-se musicalmente, e com um número de atuações crescente, a direção da Banda de Música foi ocupada pelo maestro e compositor Alexandre Fonseca.
Com o trabalho desenvolvido, a Banda de Música projetou cada vez mais o nome de Sabrosa por todas as terras onde atuou.
Entretanto, novos dirigentes surgiram, desta vez liderados por Eduardo Augusto Taborda, José António Anjos Pereira, João Baptista Vaz de Araújo e João Moreira Marques Vilela. O maestro, porém, continuava. Mais tarde, Eduardo Augusto Taborda morre e José António Anjos Pereira toma a liderança da Direção, juntamente com o regressado António Lapa e João Baptista Vaz de Araújo. A entrada da nova direção coincide com a saída do maestro Alexandre Fonseca. Para ocupar o seu lugar foi chamado o maestro Lino Pinto, que pouco tempo depois abandonou o cargo. No ano seguinte surgiu, por seis meses, o maestro Amílcar, que, à semelhança do anterior, também abandonou o cargo. Apesar disso, a Banda de Música continuou a sua atividade e essa época foi terminada pelos maestros Adão e Alexandre Fonseca.
Em 1993, Gil Magalhães ocupa o lugar de maestro da Banda.
Em 1999, uma nova direção assumiu os rumos da Associação. Era constituída por João Agostinho Baptista Lacerda Pavão como Presidente, José António Anjos Pereira como Vice-Presidente, António Salviano Fernandes Cruz como Secretário, João Baptista Vaz de Araújo como Tesoureiro, e António Gonçalves Marques como Vogal.
No ano de 2004, e após onze anos a liderar artisticamente a Banda o maestro Gil Magalhães abandonou a regência da mesma, sendo substituído pelo maestro Carlos Jorge Ferreira.
Em 2006, sob a regência do mesmo, é gravado o primeiro CD da Banda de Música de Sabrosa, intitulado “Sabrosa”.
Com uma aposta clara no desenvolvimento da Escola de Música e no desenvolvimento da qualidade musical da Banda por parte do Maestro Carlos Jorge Ferreira, destacam-se neste período várias atuações. Entre elas está a atuação na Assembleia da República, no âmbito da Cimeira Ibero-Americana. Destacam-se também as suas atuações no estrangeiro, nomeadamente em Andorra, junto da Comunidade Portuguesa, e na vila de Cadaujac, em França.
Em 2009 e 2011, respetivamente, duas comitivas da Associação estiveram também presentes em Lund, na Suécia, , e em Maidla, na Estónia, levando o nome e o trabalho da Banda de Música além-fronteiras.
Entre mudanças de elementos dos órgãos-sociais e renovação dos elementos da Banda de Música, a Banda de Música de Sabrosa foi atuando também um pouco por todo o país, nas mais diversas ocasiões e cumprindo os mais diversos intuitos.
Em 2012, e após muitos anos de árduo trabalho, é inaugurada a Sede Social, projeto que, depois de várias contrariedades, fica concluído.
No final de 2012, Carlos Jorge Ferreira deixa o cargo de maestro e é substituído pela maestrina, sabrosense, Cláudia Macedo.
No ano de 2013, a ARCMCS – Banda de Música de Sabrosa realizou o seu “I Festival de Bandas Filarmónicas”.
No ano de 2014 a Associação organizou a “1.ª Semana da Música da Banda de Sabrosa”, que contou com a participação de vários grupos musicais, de diferentes géneros. Inserido nessa semana esteve o “II Festival de Bandas Filarmónicas”, festival que se realiza interruptamente até à atualidade e que traz a Sabrosa cerca de duas centenas de músicos todos os anos para celebrar a música e a filarmonia.
Em 2015 foi gravado, sob a direção da maestrina Cláudia Macedo, “Identitat”, o 2.º CD da Banda de Música de Sabrosa.
É, desde junho de 2019, dirigida pelo maestro Nuno Silva e em setembro de 2021 gravou o seu mais recente CD “A Viagem”.
Com uma formação composta por 65 elementos, maioritariamente jovens e formados na Escola de Música, a Banda de Música de Sabrosa mantém uma intensa atividade musical e cultural desenvolvida um pouco por todo o pais e no estrangeiro.